Mitos e Verdades sobre a Epilepsia
🧠 Epilepsia: Entenda o Que É, Como Identificar e Quebrar os Principais Mitos
A epilepsia é uma das doenças neurológicas mais comuns no mundo, mas ainda cercada de dúvidas e preconceitos.
Neste artigo, a
Dra. Rosiane Fontana, neuropediatra, explica de forma clara o que é a epilepsia, como ela se manifesta e o que é importante saber sobre diagnóstico e tratamento.
O Que É Epilepsia?
A epilepsia é uma condição neurológica crônica não contagiosa que afeta pessoas de todas as idades — desde bebês até idosos.
Ela é caracterizada por
crises recorrentes, causadas por
descargas elétricas anormais em um grupo de neurônios no cérebro.
Essas descargas podem gerar sintomas variados, que vão muito além das convulsões.
Algumas pessoas perdem a consciência, outras têm apenas breves lapsos de atenção ou percebem sensações estranhas — como cheiros, sons ou movimentos involuntários.
Estima-se que
cerca de 50 milhões de pessoas vivam com epilepsia no mundo, tornando-a uma das condições neurológicas mais frequentes.
Ter Uma Crise Significa Ter Epilepsia?
Não necessariamente.
Ter uma única crise
não é o mesmo que ter epilepsia.
O diagnóstico é feito quando há
tendência a ter crises não provocadas de forma recorrente, o que indica uma alteração persistente na atividade elétrica cerebral.
Por isso, é fundamental que o diagnóstico seja feito por um
neurologista ou neuropediatra, com base em uma avaliação clínica e exames complementares, como o
eletroencefalograma (EEG).
Tipos de Crises Epilépticas
As crises variam conforme a área do cérebro afetada e como a atividade elétrica anormal se espalha.
Os sintomas podem incluir:
- Perda temporária da consciência ou olhar fixo;
- Movimentos involuntários (tremores, rigidez muscular);
- Alterações nos sentidos (visão, olfato, paladar, audição);
- Mudanças repentinas de comportamento ou emoção.
Algumas crises são tão sutis que passam despercebidas, especialmente em crianças.
Tratamento e Controle da Epilepsia
A boa notícia é que
até 70% das pessoas com epilepsia podem ficar livres das crises com o tratamento adequado.
O principal tratamento é feito com
medicamentos anticonvulsivantes, que ajudam a estabilizar a atividade elétrica cerebral.
Nos casos em que as crises continuam mesmo com o uso correto de medicamentos — chamados de
epilepsias refratárias —, há outras opções terapêuticas:
- Uso de canabidiol (CBD);
- Dietas especiais, como a dieta cetogênica;
- Cirurgias (ressectivas ou paliativas), indicadas em casos específicos.
Cada paciente deve ser avaliado individualmente para que o tratamento seja personalizado e eficaz.
💬 Mitos e Verdades Sobre a Epilepsia
Apesar de ser uma condição comum, a epilepsia ainda é cercada por crenças equivocadas.
Confira abaixo o que é
mito e o que é
verdade, segundo a Dra. Rosiane Fontana.
❌ Mito: Toda convulsão é sinal de epilepsia.
Nem toda crise convulsiva ou sensação estranha (como cheiro desagradável ou desorientação) é epilepsia.
Para o diagnóstico, é preciso que a pessoa apresente
duas ou mais crises não provocadas ao longo do tempo.
✅ Verdade: É possível ter uma crise mantendo a consciência.
Sim! Algumas crises afetam apenas uma região específica do cérebro, sem perda total da consciência.
São chamadas de
crises perceptivas quando a consciência é preservada, e
disperceptivas quando há alteração da percepção.
❌ Mito: Epilepsia só acontece em crianças ou idosos.
A epilepsia pode começar em
qualquer idade, inclusive em recém-nascidos ou até mesmo durante a gestação.
O que muda são as
causas e os tipos de crise, que variam conforme a faixa etária.
✅ Verdade: A maioria dos casos pode ser controlada.
Cerca de
70% dos pacientes conseguem eliminar as crises com o tratamento correto.
Os casos refratários — que não respondem aos medicamentos — podem ser tratados com outras abordagens, como dieta ou cirurgia.
🌟 Vivendo Bem com Epilepsia
Com diagnóstico precoce e acompanhamento médico especializado, a maioria das pessoas com epilepsia pode ter uma vida normal e ativa.
A informação é o primeiro passo para combater o preconceito e garantir qualidade de vida a quem convive com a doença.






